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terça-feira, 18 de junho de 2013


Nota sobre as manifestações do “Movimento passe livre”

Por Padre Cristóvão
Via:  http://fratresinunum.com

Vendo a vibração de certos católicos ditos conservadores com as manifestações organizadas pelo “Movimento passe livre” em São Paulo, que eclodiu em outras tantas por todo o país, penso ser importante alertar para os seguintes aspectos:
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1. O movimento é uma organização geneticamente revolucionária, regida pelos princípios do Fórum Social Mundial (cf. http://mpl.org.br/node/2). Sua organização é anárquica (http://mpl.org.br/node/5, vide “horizontalidade”) e seus esforços se colocam em sintonia com os dos demais movimentos de desintegração social, como o gayzismo, o laicismo beligerante, o etnicismo etc. (cf. http://mpl.org.br/node/1). Embora alegue seu apartidarismo, confessa seu não antipartidarismo. Parece tão ingênuo e impoluto… E o diz propositalmente para parecê-lo. Mas…
O princípio para avaliar uma manifestação de massa é o uso político que dela se faz, que quase sempre não coincide com o motivo declarado explicitamente pelos manifestantes. De modo que, acima de tudo, atente-se que a não dependência partidária explícita não é sinônimo de independência da gerência partidária implícita. Aliás, de onde vem o dinheiro usado pela organização? E o comando para a mobilização das mídias, que acabaram se transformando em meio direto de convocação das hostes?
2. As críticas dirigidas pelos manifestantes ao PT são de que este não é tão comunista como queriam que fosse. Sendo assim, a vitória não é do partido, mas da mentalidade comunista, hegemonicamente presente na cultura popular. Este é o resultado da não oposição ideológica à revolução gramsciana, há décadas invicta em nossa nação.
3. Para quem pensa ser contraditório a esquerda colocar-se contra si mesma, não se esqueça de que a psicologia dialética é essencialmente suicida. Desta forma, na elaboração marxista, o socialismo é apenas uma etapa autodestrutiva para a implantação do comunismo; e aquela, estrategicamente, seria antecedida eventualmente por outras etapas, de igual modo autoaniquilatórias. Portanto, o PT é consciente de ser apenas uma etapa a ser superada naquele horizonte; e isto não é acidental, é totalmente programado para ser assim.
4. Historicamente, o movimento revolucionário sempre trabalhou:
a) com uma dinâmica contraditória, para espalhar confusão e dissolução na sociedade;
b) com a matização dos mesmos preceitos em modelos diferentes de radicalidade, para fugirem da acusação de extremismo, enquanto falsamente se encaminham para a execução dos mesmos objetivos;
c) com a implantação do vitimismo e da revolta, como elemento aglutinador de forças beligerantes;
d) fazendo com que este laboratório de engenharia social culminasse com a eliminação de alguns de seus opositores (a Igreja ou outras instituições conservadoras). Assim, por exemplo, começaram a revolução francesa e a guerra civil espanhola, todas, na origem, meras manifestações inocentes de vitimismo e, no fim, assassinas e anticlericais.
Adendo.
Em 1936, aconteceu uma aparição de Nossa Senhora no Brasil, em Pernambuco, na cidade de Pesqueira, na vila de Cimbres, num lugarejo denominado Sítio da Guarda. A aparição, pouco conhecida, foi aprovada pela autoridade eclesiástica da época.
Ali, a Virgem disse a duas meninas: “Minhas filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a todo o povo que se aproximam três grandes castigos, se não for feita muita penitência e oração”.
O sacerdote, depois, as interrogou durante uma aparição, na qual ele perguntava diretamente à Virgem (em latim e alemão, idiomas ignorados pelas videntes) e Ela respondia às crianças, que lhe transmitiam a resposta:
“- Que significa o sangue que corre das vossas mãos?”
“- O sangue que inundará o Brasil”.
“-Virá o comunismo a penetrar no Brasil?”
“- Sim”.
 “- Os padres e os bispos sofrerão muito?”
 “- Sim.”
“- Será como na Espanha?”
“- Quase”.
“- Quereis que se pregue sobre este assunto?”
“- Sim”.
Tempos depois, a Virgem voltou a aparecer a uma das videntes, dizendo-lhe: “Nunca mais me manifestarei aqui em Guarda e os três castigos não virão JÁ, porque o povo está melhor; mas é necessário ainda rezar muito e fazer penitência”.

Fonte:
http://fratresinunum.com/2013/06/18/nota-sobre-as-manifestacoes-do-movimento-passe-livre/

terça-feira, 11 de junho de 2013


As confidências de Francisco à CLAR: grupos “restauracionistas”, vida religiosa e comunhão, reforma da Cúria


Por http://fratresinunum.com
Religiosos recebidos por Francisco.
                   Religiosos recebidos por Francisco
Na Cúria há gente santa, mas também uma rede de corrupção. Fala-se de ‘lobby gay”, e é verdade, existe”. “Expliquem o que têm de explicar, mas sigam adiante… Abram portas, façam algo aí onde clama a vida”. 
Por  Reflexión y Liberación | Tradução: Fratres in Unum.com Um encontro histórico, sem precedentes. Pelo que se disse, e pelo como se disse. Durante uma hora, Francisco dialogou com franqueza com a diretoria da Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosas e Religiosos (CLAR). Conversaram sentados em círculo, entre iguais, como nas primeiras comunidades fundadas por Jesus… E o Papa foi sincero: falou da corrupção na Cúria romana, onde “há gente santa, mas também uma rede de corrupção, também existe, é verdade… Fala-se do ‘lobby gay’, e é verdade, existe”.
Por sua vez, defendeu a liberdade da vida religiosa — “expliquem o que têm de explicar, mas sigam adiante” –; mostrou sua preocupação por “certos grupos restauracionistas”; e reivindicou o espírito de Aparecida: “Aparecida não acabou. Aparecida não é só um documento. Foi um acontecimento”. Reflexión y Liberación oferece de maneira exclusiva esta breve síntese deste histórico encontro celebrado na Santa Sé.
Audiência com o Papa Francisco
Abram portas… abram portas!
Eles se equivocarão, pisarão na bola, isso passa! Talvez até chegue para vocês uma carta da Congregação para a Doutrina (da Fé) afirmando que disseram tal ou qual coisa… Mas não se preocupem. Expliquem o que tiver que explicar, mas sigam adiante… Abram portas, façam algo ali onde clama a vida. Prefiro uma Igreja que se equivoca por fazer algo do que uma que adoece por ficar fechada…
(sobre sua eleição) Não perdi a paz em momento algum, sabem? E isso não é meu, eu sou de ficar preocupado, nervoso… Mas não perdi a paz em momento algum. Isso me confirma que isso é de Deus.
(ao contar-lhe da esperança que nos trouxeram os seus gestos neste tempo, faz referência a  permanecer vivendo em Santa Marta) … esses gestos… não vieram de mim. Eles não me ocorreram. Não é que eu traçara um plano, nem que me tenham feito um quando me elegeram. Fiz dessa forma porque senti que era o que o Senhor queria. Mas estes gestos não são meus, há Outro aqui… isso me dá confiança.
Vim com a roupa contada, lavava-a de noite, e de repente isso… Sim, eu não tinha nenhuma possibilidade! Nas apostas de Londres eu estava em 44º lugar, vejam vocês, quem apostou em mim ganhou muitíssimo, claro!… Isso não vem de mim…
É preciso virar a mesa. Não é novidade que na Ottaviano [ndr: uma via de Roma] morra um idoso de frio à noite, ou que há tantas crianças sem educação, ou com fome, penso na Argentina… Por outro lado, as principais bolsas do mundo sobem ou descem 3 pontos e isso é um acontecimento mundial. É preciso mudar isso! Não pode ser. Os computadores não foram feitos à imagem e semelhança de Deus; são um instrumento, sim, mas não mais. O dinheiro não é imagem e semelhança de Deus. Só a pessoa é imagem e semelhança de Deus. É preciso mudar isso. Esse é o evangelho.
É necessário ir às causas, às raízes. O aborto é mal, mas isso está claro. Porém, o que está por trás da aprovação dessa lei, que interesses estão detrás? São as vezes as condições que colocam os grandes grupos para apoiar financeiramente, sabiam? É necessário ir às causas, não podemos ficar só nos sintomas. Não tenham medo de denunciar…. Vocês sofrerão, terão problemas, mas não tenham medo de denunciar, essa é a profecia da vida religiosa…
Partilho com vocês duas preocupações. Uma é a corrente pelagiana que existe na Igreja neste momento. Há alguns grupos restauracionistas. Conheço alguns; coube a mim recebê-los em Buenos Aires. E nos sentimos como se tivéssemos voltado 60 anos atrás! Antes do Concílio… Sentimo-nos em 1940… Um relato, só para ilustrar esse grupo, não é para que riam disso, eu tive respeito, mas preocupa-me; quando eu fui eleito, recebi uma carta de um desses grupos, e eles disseram: “Sua Santidade, nós lhe oferecemos este tesouro espiritual: 3.525 rosários.” Por que eles não dizem: “nós rezamos pelo senhor, pedimos…”? Mas essa coisa de contar… E esses grupos voltam a práticas e disciplinas que eu experimentei – não vocês, porque vocês não são velhos – a disciplinas, a coisas que naquele momento aconteceram, mas não agora, elas não existem hoje em dia…
A segunda [preocupação] é com a corrente gnóstica. Esses panteísmos… Ambas são correntes elitistas, mas esta é de uma elite mais educada… Ouvi falar de uma superiora geral que instou as irmãs de sua congregação a não rezarem de manhã, mas a banharem o cosmos espiritualmente no cosmos, coisas como essa… Elas me preocupam porque ignoram a encarnação! E o Filho de Deus se tornou a nossa carne, a Palavra encarnada, e na América Latina temos carne em abundância [de tirar al techo]! O que acontece aos pobres, suas dores, é a nossa carne…
O evangelho não é a regra antiga, nem tampouco este panteísmo. Se olharem para as periferias: os indigentes… os drogados! O modo de tratar as pessoas… Esse é o evangelho. Os pobres são o evangelho.
* (ao falar-lhe da difícil tarefa de cuidar da Cúria Romana, e da comissão de cardeais que lhe darão apoio, etc.) E, sim… é díficil. Na cúria há gente santa, de verdade, há gente santa. Mas também há uma rede de corrupção, também há, é verdade… Fala-se do ‘lobby gay’, e é verdade, existe… Vamos ver o que podemos fazer…
A reforma da Cúria romana é algo que pedimos quase todos os cardeais nas congregações anteriores ao Conclave. Eu também a pedi. A reforma não posso fazer eu, estes assuntos de gestão… Eu sou muito desorganizado, nunca fui bom nisso. Mas os cardeais da comissão a levarão adiante. Aí estão Rodríguez Maradiaga, que é latino-americano, que está na dianteira, está Errázuriz, são muito organizados. O de Munique também é muito organizado. Eles levarão isso adiante.
Rezem por mim, para que me equivoque o menos possível…
Aparecida não terminou. Aparecida não é só um documento. Foi um acontecimento. Aparecida foi algo distinto. Primeiro, porque não teve documento de trabalho. Teve contribuições, mas não um documento. E, ao fim, também não tinha um documento, sim, no dia anterior ao fim [da Conferência] tínhamos 2300 “maneiras”… Aparecida enviou à missão continental. Aì termina Aparecida, no impulso à missão.
É que houve de especial em Aparecida é que não se celebrou num hotel, nem numa casa de retiros… celebrou-se num Santuário Mariano. Durante a semana, celebrávamos a eucaristia com umas 250 pessoas, porque era dia útil de trabalho. Mas aos finais de semana estava cheio…! O povo de Deus acompanhava os bispos, pedindo o Espírito Santo…
Eu vi — falo dele porque o vejo pouco amigável, mais dessa forma, é bom, mas é assim — vi o prefeito, João [ndr: Dom João Braz de Aviz, prefeito da congregação para os religiosos], que saía com a sua mitra, e o povo se aproximava, aproximavam-lhe as crianças, e eles saudava, abraçava… Esse mesmo bispo, mais tarde, votava. Não pode ter votado da mesma maneira se estivesse em um hotel!
Tínhamos as salas de reunião em baixo do Santuário. Assim, a música de fundo eram os cantos, as celebrações no Santuário… Isso fez da conferência algo muito especial.
Há algo que me preocupa, embora não saiba como lê-lo. Há congregações religiosas, grupos muito, muito pequenos, umas poucas pessoas, gente idosas…  Não há vocações, o que sei, o Espírito Santo não quer que continuem, talvez já tenham cumprido sua missão na Igreja, não sei… Mas lá estão elas, aferradas a seus edifícios, aferradas ao dinheiro… Eu não sei porque isso ocorre, não sei como ler isso. Mas peço-lhes que se preocupem com esses grupos… A administração do dinheiro… é algo que precisa ser refletido.
Aproveitem este momento que vivemos na Congregação para a Vida Consagrada… É um momento de sol… Aproveitem. O Prefeito é bom. E o secretário, que foi ‘lobbyado’ por vocês! Não, na realidade, sendo o presidente da USG, é lógico que fosse ele! É melhor…
Ponham todo o seu empenho no diálogo com os bispos. Com o CELAM, com as conferências nacionais… Eu sei que há alguns que têm outra idéia da comunhão, mas… Falem, conversem com eles, digam-lhes…

OBS: Os grifos e sublinhados são meus.

sábado, 8 de junho de 2013


Por que o homem ama o pecado e o absurdo??

Via http://catolicidadetradit.blogspot.com.br
Cortes , filósofo do conservadorismo católico.
O espírito humano tem fome de absurdo e de pecado (Donoso Cortés)
(Donoso Cortez - "Obras Completas: Ensaio sobre o Catolicismo" - B.A.C., Madrid, 1946, Tomo 2, p. 377)

Não foi pela beleza de sua doutrina que Nosso Senhor venceu o mundo. Se Ele não fosse senão um homem de belas doutrinas, o mundo O teria admirado por um momento, e pouco depois teria esquecido não só a doutrina, como também o homem. No início, essa doutrina tão admirável foi seguida apenas por gente do povo; os mais distintos dentre os judeus a desprezavam, e durante a vida do Mestre o gênero humano O ignorou.

Não foi por seus milagres que Nosso Senhor Jesus Cristo venceu o mundo. Entre os homens que deram testemunho d’Ele, que com seus próprios olhos O haviam visto transformar as coisas, e lhes mudar a natureza por sua mera vontade, andar sobre as águas, acalmar o mar, amainar os ventos, exercer seu império sobre a vida e sobre a morte, alguns O chamaram Deus, outros demônio, outros, enfim, prestidigitador e mágico.

Não foi porque se cumpriram em sua pessoa as antigas profecias, que Nosso Senhor Jesus Cristo venceu o mundo. A sinagoga, depositária delas, não se converteu; não se converteram os doutores que as conheciam, nem se converteram as multidões, a quem os doutores as tinham ensinado.

Não foi pela verdade que Nosso Senhor Jesus Cristo venceu o mundo. A verdade que o Cristianismo encerra, quanto ao fundo e à essência, estava no Antigo Testamento como está no Novo, porque a verdade não muda: ela é sempre una, eterna, idêntica a si mesma; eternamente presente no seio de Deus, ela foi revelada ao homem, comunicada a seu espírito e depositada na História no próprio momento em que soou no mundo a primeira palavra divina. No entanto, o Antigo Testamento, no que ele tinha de eterno e de essencial, como no que ele tinha de acessório, de local e de contingente, nos seus dogmas como nos seus ritos, permaneceu como apanágio do povo eleito, e jamais transpôs o seu âmbito.

Este mesmo povo deu muitas vezes o espetáculo de grandes prevaricações e de grandes revoltas; nós o vimos perseguir seus profetas, estrangular seus doutores, seguir a trilha dos gentios até a idolatria, fazer pactos abomináveis com os espíritos infernais, entregar-se de corpo e alma a sangrentas e horríveis superstições; e, enfim, no dia em que teve diante de si a Verdade Encarnada, negá-La, maldizê-La e crucificá-La no Calvário.

Naquele momento preciso, quando a Verdade contida nos antigos símbolos, representada pelas antigas figuras, anunciada pelos antigos profetas, atestada pelos prodígios mais assustadores, pelos milagres mais espantosos, era cravada na cruz, estando Ela pessoalmente na Terra, a dar por sua presença a razão mesma de todos esses milagres, de todos esses prodígios, a cumprir todas as palavras proféticas, a mostrar a realidade oculta sob um véu de figuras e de símbolos; naquele momento preciso o erro reinava sobre o mundo, e o havia invadido e coberto todo inteiro com suas sombras, livremente, como que sem obstáculos, com uma rapidez prodigiosa e sem socorro algum de símbolos ou de figuras, de profecias ou de milagres. Terrível lição, memorável ensinamento para aqueles que crêem na força de expansão inerente à verdade e na radical impotência do erro para se estabelecer nesta Terra por sua própria força.

Se Nosso Senhor Jesus Cristo venceu o mundo, Ele o venceu apesar de ser a Verdade, apesar de ser Aquele que os profetas, os símbolos e as figuras anunciaram; Ele o venceu apesar de seus milagres prodigiosos e da incomparável beleza de sua doutrina. Qualquer outra doutrina que não fosse a do Evangelho seria impotente para triunfar com um tal aparato de testemunhos irrecusáveis, de provas irrefutáveis e de argumentos invencíveis. Se o maometanismo conseguiu se propagar como um dilúvio em tantas regiões, na África, na Ásia, na Europa, é porque ele avançava sem todo esse fardo, e porque levava na ponta da sua espada todos os seus milagres, todos os seus argumentos e todos os seus testemunhos.

O homem prevaricador e decaído não é feito para a verdade; nem é a verdade feita para o homem neste estado de prevaricação e de queda. Entre a verdade e a razão humana, desde a prevaricação do homem, Deus colocou uma imperecível repugnância e uma invencível repulsa. A verdade tem em si mesma os títulos de sua soberania, e impõe seu jogo sem pedir permissão; ora, o homem, desde que se revoltou contra Deus, não reconhece senão sua própria soberania, e não quer admitir qualquer outra a não ser que ela solicite previamente seu sufrágio e seu consentimento. Eis porque, quando a verdade se lhe apresenta, seu primeiro movimento é negá-la; negando-a, ele afirma sua soberana independência. Se negá-la lhe é impossível, ele entra em luta com ela; combatendo-a, ele combate por sua soberania. Vencedor, ele a crucifica; vencido, ele foge; fugindo, ele imagina escapar de sua servidão; crucificando-a, ele acredita crucificar seu tirano.

Ao contrário, entre a razão humana e o absurdo existe uma afinidade secreta e um estreito parentesco. O pecado os uniu pelo vínculo de um indissolúvel desponsório. O absurdo triunfa no homem precisamente porque é destituído de qualquer direito anterior e superior à razão humana. Não tendo direitos a alegar, não pode ter pretensões, e eis por que o homem, em seu orgulho, não encontra nenhum motivo para o repudiar. Longe disso, o orgulho o leva a acolhê-lo; o absurdo, sua vontade o aceita, porque é engendrado por sua própria inteligência, a qual, por sua vez, se compraz nele, isto é, no seu próprio filho, no seu próprio verbo, testemunho vivo de seu poder criador. Criar é próprio da Divindade; criando o absurdo, o homem como que se torna Deus, e confere a si mesmo honras divinas. Contanto que ele seja Deus, que ele aja como Deus, que lhe importa o resto? Que importa a existência de um Deus da Verdade, se ele é, ele próprio, o Deus do absurdo? Não será ele, desde então, independente como Deus? Soberano como Deus? Adorando a obra de sua criação, glorificando-a, é a si mesmo que ele glorifica e adora.

Quem aspira subjugar os homens, dominar as nações, exercer algum império sobre a raça humana, não se anuncie como arauto de verdades manifestas e evidentes; e sobretudo quem possuir provas certas e inconcussas, abstenha-se de mostrá-las; jamais o mundo os reconheceria como mestres. A limpidez da evidência, longe de o persuadir, o revolta; é um jugo que ele não quer suportar. Há um caminho melhor: anunciar que se tem um argumento que põe por terra tal ou tal verdade matemática, pelo qual se demonstra que dois e dois não é igual a quatro, mas a cinco; que Deus não existe ou que o homem é Deus; que o mundo até agora viveu sob o império das mais vergonhosas superstições; que a sabedoria dos séculos não passa de mera ignorância; que toda revelação é uma impostura; que todo governo é uma tirania e toda obediência uma servidão; que o belo é feio, e o feio é a suprema beleza; que o mal é o bem, e o bem é o mal; que o demônio é Deus, e Deus o demônio; que depois desta vida não existe Céu nem inferno; que o mundo em que vivemos sempre foi e continua a ser um inferno verdadeiro, mas que o homem pode transformá-lo e o transformará, dentro em breve, num verdadeiro paraíso; que a liberdade, a igualdade e a fraternidade são dogmas incompatíveis com a superstição cristã; que o roubo é um direito imprescritível, e a propriedade é um roubo; que só existe ordem na "an-arquia", e que a verdadeira anarquia é a ordem, etc.

Prometei implantar essas contraverdades ou outras que tais, e podereis estar certos de que com esta simples promessa o mundo, tomado de admiração, fascinado por vossa ciência e penetrado de respeito por vossa sabedoria, prestará a vossas palavras ouvidos atentos.

Ide então mais longe. Tendo dado sobejas provas de bom senso ao anunciar a demonstração destas belas coisas, mostrai que desse bom senso ainda vos resta muito, abstendo-vos sempre de toda e qualquer demonstração. Como única prova de vossas afirmações e blasfêmias, repeti essas mesmas afirmações e essas mesmas blasfêmias; o mundo, não duvideis, vos levará às nuvens. Se quiserdes atingir o máximo nesta arte e tornar vosso triunfo ainda mais brilhante, fazei alardear a sinceridade que vos caracteriza, a qual vai ao ponto de apresentar a verdade nua, sem este aparelho vão de provas e argumentos, de testemunhos históricos, de prodígios e de milagres, pelo qual ordinariamente se procura enganar os homens. Nada persuadirá melhor do que vossa fé, que repousa apenas no poderio da "verdade", e de que não contais senão com ela mesma para garantir seu triunfo. Isto feito, apontai tudo aquilo que não seja vós, perguntai onde estão e quais são os vossos inimigos, e o mundo, de uma só voz, admirará e celebrará vossa magnanimidade, vossa grandeza e o brilho de vossos triunfos; ele vos proclamará digno de todo o respeito e de toda a felicidade; enfim, ele vos glorificará.

Eu não sei se existe sob o sol algo de mais vil e de mais desprezível do que o gênero humano fora das veredas católicas.

No mais fundo deste abismo, nos extremos da degradação e do aviltamento, estão as multidões desviadas pelos artífices da impiedade e curvadas sob o jugo de mestres opressores; vêm em seguida os falsos doutores que as seduziram. Examinando bem os fatos, o tirano é ainda menos degradado, menos vil, menos desprezível do que esses sofistas e essas multidões, que vão para onde ele as impele aos golpes de seu chicote sangrento; pois é em proveito da tirania que o erro trabalha, e ele conduziu sempre os povos à servidão. Os primeiros idólatras só escaparam da mão de Deus para cair nas mãos dos tiranos de Babilônia.

O paganismo antigo não fez outra coisa senão rolar de abismo em abismo, de sofista em sofista, de tirano em tirano, e para se tornar, enfim, escravo de Calígula, monstro de formas humanas, horrível, imundo, juntando aos paroxismos da loucura os apetites da besta. Quanto ao paganismo moderno, ele começou por se adorar a si mesmo na pessoa de uma prostituta, e acabou por se prostrar aos pés de Marat, o tirano cínico e sanguinário, aos pés de Robespierre, a encarnação suprema da vaidade humana e de todos os seus instintos ferozes e inexoráveis. Eis que surge um novo paganismo; ele cairá num abismo ainda mais profundo e mais obscuro; e é possível que já agora, nas cloacas onde jaz a borra da sociedade, esteja em germinação o monstro que lhe curvará a fronte; imporá sobre ele um jugo superior a tudo o que no passado se viu, quanto ao peso e à ignomínia.

Fonte: http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2013/06/por-que-o-homem-ama-o-pecado-e-o-absurdo.html

quarta-feira, 5 de junho de 2013


Daniela Mercury patrocinada pelo governo para exibir seu lesbianismo

Por: 
http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/

A pútrida e infame cantora - diga-se de passagem sem talento algum - Daniela Mercury virou a nova queridinha do "Brasil" pornógrafo e imoral ao anunciar que estava assumindo seu lesbianismo e seu relacionamento com uma mulher.

De repente a cantora que andava em baixa recuperou o prestígio , começou a aparecer em capa de revista , redes de tv , programas em horário nobre.

Será que tudo isso foi por acaso ? 

Cremos que não. O caso Mercury vem a tona justamente quando se trava um batalha no Congresso Nacional referente a permanência do Deputado Federal , Pastor Marcos Feliciano , como presidente da comissão de direitos humanos.

 Mercury certamente foi capitaneada pela esquerda para fazer um lobby no país se valendo de seu prestígio em favor de um sensibilização geral da população para a causa LGBT.

A também cantora Ana Carolina, depois de um longo período homossexual, está em um relacionamento com um homem. Vocês viram alguma vez, alguma televisão entrevistá-la para falar de sua “luta para assumir-se HETEROSSEXUAL"?  

A mídia está em um verdadeiro conluio com a esquerda petista - socialista para impor a agenda LGBT no Brasil.

Mercury por tudo isso acabou de ser premiada pelo governo.Ela acaba de conseguir autorização do Ministério da Cultura para captar 1,5 milhão de reais para a produção de dez shows acústicos.As apresentações acontecerão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e no Distrito Federal.

Junto com sua "música" vai também a causa LGBT.

E o povo imbecilizado pela política de pão e circo nada vê.

Fonte: http://catolicidadetradit.blogspot.com.br/2013/06/daniela-mercury-patrocinada-para-exibir.html

quinta-feira, 23 de maio de 2013



Satanás, o primeiro abortista

Originalmente em 22/05/2013 via http://padrepauloricardo.org/
A polêmica em torno do suposto exorcismo feito pelo Papa Francisco, após a missa de Pentecostes, ganha um novo personagem e dados surpreendentes que revelam a ligação íntima do aborto ao satanismo
A tensão causada na mídia devido ao suposto exorcismo feito pelo Papa Francisco, na Praça de São Pedro neste domingo, ganhou um personagem interessante. Contrapondo-se ao que disse o porta-voz da Santa Sé, o renomado exorcista da Diocese de Roma, padre Gabriele Amorth, contou aos jornalistas o que realmente teria ocorrido. Segundo o sacerdote, o homem, de fato, era um possesso e esse mal devia-se à aprovação do aborto no México.
Polêmicas à parte, salta aos olhos a afirmação do padre Amorth de que essa possessão seria uma manifestação diabólica provocada pela indiferença à questão do aborto. Com essa tese, o exorcista reforça a opinião de que a cultura da morte da qual o movimento abortista faz parte tem profundas raízes satânicas, já que é o demônio "homicida desde o princípio" (Cf. Jo 8, 44). Casos como os do Dr. Kermitt Gosnell, o médico que matava bebês nascidos vivos após abortos mal sucedidos, ajudam a recordar uma verdade já há muito tempo esquecida: sim, o Maligno existe e é atuante!
A reprodução da monstruosidade de Gosnell pela imprensa - depois de amplos protestos contra o silêncio dela, vale lembrar - não só horrorizou os pró-vidas, como também os simpatizantes do aborto "legal e seguro". Os métodos do doutor trouxeram à tona a frieza e a obsessão pela morte presentes nesses verdadeiros casos de assassinato. Eles refletem a debilidade de consciência do homem perante a sua dignidade, pois, como recordou o Concílio Vaticano II, esses atos "ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente", (Cf. GS 27)
Alguns, ingenuamente - e outros nem tanto assim - poderiam contestar dizendo que o aborto é um "caso de saúde pública" e que a tragédia Kermitt Gosnell seria apenas um "fato isolado". Mas isso está longe de ser a verdade. A cultura da morte não só ceifou inúmeras vidas como entregou os seus próceres a uma ideologia abominável, de modo que é quase possível repetir as palavras de São João: "o mundo inteiro jaz no maligno" (Cf. I Jo 5, 19). É perceptível a ação do demônio sobre a questão do aborto, sobretudo pelos seus frutos. E neste sentido, a interrogação de Madre Tereza de Calcutá ainda ressoa: "Se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem?"
Para provar que a história de Kermitt Gosnell não é uma exceção, veja-se, por exemplo, os casos apresentados pelo LifeSiteNews, após longa investigação sobre clínicas de aborto espalhadas pelos Estados Unidos. As descobertas foram chocantes. Dentre elas, destaca-se a do Dr. Douglas Karpen, que já está sendo considerado o novo Kermitt Gosnell. Segundo relatórios divulgados pelo movimento pró-vida, Karpen praticava inúmeros infanticídios, provocando a morte de bebês que haviam nascido vivos, mesmo após o procedimento do aborto. Uma planilha com fotos das crianças mortas por Karpen em sua clínica na cidade de Houston, EUA, foi divulgada pelo site lifenews.com. As imagens são estarrecedoras.
De acordo com uma série de seis artigos publicados pelo lifesitenews.com, o infanticídio nas clínicas de aborto é cada vez mais comum. Um desses artigos, conta a triste história de "Angele"[01], a mãe que teve de assistir à morte do próprio filho por causa de negligência proposital dos médicos, após uma tentativa frustrada de aborto. Conforme o site, Angele havia solicitado o aborto, mas, ao perceber que seu filho nascera vivo, arrependeu-se e pediu por ajuda médica. No entanto, nada lhe foi oferecido a não ser o pedido pelo corpo do bebê, depois de sua morte.
Ora, torna-se evidente diante dos fatos que a luta contra o aborto não é uma simples causa humanitária. O aborto é só a ponta do iceberg. No fundo dessa batalha está a inimizade entre os filhos da luz e os filhos das trevas. A guerra anunciada em Gênesis entre os descendentes da Mulher e os descendentes da Serpente. É a história da salvação e da perdição das almas, da graça de Deus que busca salvar os homens e da tentação demoníaca que procura perdê-los. E nesse meio, cabe ao homem escolher de que lado ficar, do lado da descendência da Mulher, abandonando a tibieza, o comodismo e a covardia, ou do lado dos filhos da serpente, entregando-se ao prejuízo, à mundanidade e à sujeira do mal.
A agenda abortista é uma clara afronta à dignidade da pessoa humana e um ataque ao Criador, nosso Deus. A disseminação dessa cultura nefasta na sociedade tende a produzir um sistema cada vez mais corrompido, agressivo e violento. Não se espantem se amanhã outras formas de homicídios forem justificadas como casos de "saúde pública". Esse será só mais um passo no plano, cujo protagonista, sem dúvida, é o diabo. Assim como ensinava o saudoso Padre Leo, o aborto é simplesmente o autógrafo do demônio nos ventres das mulheres, porque é ele o primeiro abortista.
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
Fonte: http://padrepauloricardo.org/blog/satanas-o-primeiro-abortista


terça-feira, 21 de maio de 2013


Originalmente publicado em 19 Março, 2013 - 18:01

Cristina Kirchner dá um aperto de mão maçom no papa

Por: http://www.joio.com.br/

Usando um macabro vestido preto "trevas", a presidenta vagaba argentina Cristina Kirchner, também 
conhecida por Bruxa Socialista, Necromante dos Pampas, Amante de Bel(zebú), Concubina de Baphomet e Facebook BFF de Mephistopheles, ousou dar um aperto de mão maçom no papa, seu antigo desafeto.O papa retribuiu com um sorriso de "tua alma ta no sal" e as coisas ficaram por isso mesmo.Veja a "dedilhada do mal" que ela deu no Papa:


Comentário anônimo:

Vou contar um segredo pra vocês sobre maçons, mas não espalhem. Quando alguém vira maçon ele faz um pacto onde sede toda sua privacidade à ordem. Isso a princípio é inconstitucional mas como a própria maçonaria é feita de gente de todas profissões, essa é uma das primeiras coisas que o Maçon perde:
- Seu telefone é grampeado indefinidamente (na central, com maçons que trabalham lá dentro)
- Sigilo postal não existe mais (maçons nos Correios).
- Um maçon tem que ter uma cópia da chave da sua casa. (Ele mesmo é um chaveiro)
- Seu extrato bancário está disponível a eles (através de maçons dentro de bancos)
- Podem instalar escuta na sua casa. (Maçons tem lojas de segurança, etc.

Agora atente para o seguinte: não é só a privacidade do maçon que é violada. Toda a privacidade da família é violada. Eu, como filho de maçon já percebi inúmeras vezes onde isso acontece:


1) Já tive, por diversas vezes, correspondência violada.
2) Um maçon já entrou em linha cruzada, derrubou a ligação, perguntou com quem eu estava falando.
3) Já vi coisas mexidas ao voltar de viagem pra casa.
4) Já vi um gravador escondido atras da cabeceira da cama dos meus pais, com sons de orgasmo (provavelmente gravado de meu pai e minha mãe).

Agora como eu provo isso?
- O delegado é maçon
- O advogado é maçon
- O juiz é maçon
- O gerente do banco é maçon
- O gerente dos correios é maçon

Resumindo, os caras estão em todos os lugares, sabem de tudo e agem na margem da lei porque eles são a.. lei. Eu sei que é absurdo esse tipo de coisa, ja inclusive encostei meu pai contra parede porque o HD do meu antigo PC havia sido trocado (era um Seagate e depois um Samsung - perdi dinheiro nessa jogada) e ele balbuciou.

A unica coisa que maçons não podem vigiar é seu computador se voce tiver um bom conhecimento de Linux e segurança da informação. Encriptar o HD e usar uma VPN ja é suficiente. Eles são muito amadores nisso e ganhamos deles de lavada.

Não é nada legal ser maçon ou parente de um. Trata-se de uma instituição absolutamente clandestina, maléfica e mal intencionada.

sábado, 18 de maio de 2013


Demolição. Literalmente.


Via http://fratresinunum.com


Antes (foto):


Vídeo:


Antes:
Depois (foto):
http://youtu.be/RkKzNWemmMQMiniatura

Démolition de l'église Saint-Jacques d'Abbeville

Vídeo



Depois:

Fevereiro de 2013 – Igreja de Saint Jacques é demolida em Abbeville, França. As imagens ressoam o brado do Apóstolo, ”Desperta, tu que dormes” (Ef, 5, 14), àqueles católicos mornos que não reconhecem a gravidade da hora atual. Na Europa, depois de igrejas cedidas a ortodoxos e muçulmanos, vendidas a redes de hóteis e bares… elas agora são demolidas!
O atualíssimo artigo de Gustavo Corção que abaixo reproduzimos (créditos: Permanência) nos remete a uma das causas de tal demolição: a “auto-demolição” da Igreja perpetrada por seus membros, em particular os que ocupam altos postos.
* * *

Há ou não há demolição?

A transcrição de um semanário paulista, publicada no JB, veio chamar-me a atenção para uma faceta da controvérsia católica esquecida pelas pessoas de bom senso, e posta em relevo, quase digo em indecente relevo, pelo referido semanário paulista. A primeira vista pode parecer que o jornalista que escreve no O Estado de São Paulo, O Globo, Correio do Povo, na Gazeta do Povo em Curitiba, e na A Tarde, de Salvador, não deveria perder seu tempo com as publicações inexpressivas que só servem para proporcionar aos próprios redatores o deleite semanal de ver suas frases em letras de forma. 
Mas o exercício do magistério há mais de sessenta anos habituou-me a ver na tolice um dos fenômenos mais sérios do mundo, porque é sempre ela — e o seu somatório planetário — que opõe resistência à sabedoria e à ascensão espiritual do homem. Remeto o leitor à Suma Teológica IIa., IIae. q. 46. 
Vejamos a faceta revelada pela semanal tolice escondida no E. S. Paulo. Como o leitor pôde ver nos últimos dias, houve certa celeuma levantada em torno de um artigo meu onde, a propósito das “comunidades de base” e do desmantelamento geral que se observa no orbe católico, disse eu que a crise era provocada e alimentada pelos próprios membros da hierarquia. Eu não disse que essa era a causa única e principal. Sei que os inimigos da Igreja são o Demônio, as correntes históricas do mundo organizadas como anti-Igreja, que o Concílio de Trento chama “mundo”, e a divisão do eu ou amor-próprio, que na linguagem paulina adotada no tridentino chama-se “carne”. Quando os que destroem (ou querem destruir) a Igreja são católicos, leigos, padres ou bispos, antes de começarem tal tarefa (que jamais poderia germinar in sino Ecclesiae), é sempre pelo eu exterior do amor próprio que são tentados pelo Demônio e pelo “mundo”. 
Hoje a Igreja está cheia de apóstatas que já aderiram ao “mundo” mas não têm a última lealdade de afastarem-se da Igreja. Ficam aglomerados em torno d’Ela, nos cargos, ou a fruir lucros dos escândalos que o mundo saboreia. 
As quatro ou cinco linhas que causaram manifestações de equivocada autoridade, podem ser tranqüilamente reafirmadas e desenvolvidas. Numa sociedade perfeita, fortemente hierárquica, a causa interna de sua ruína tem, evidentemente, mais força nos superiores, nos dirigentes, do que nos leigos, nas mulheres do Apostolado da Oração, ou nas criancinhas. A responsabilidade dos “superiores” no descalabro que se observa, podia ser prevista antes da observação do fato. 
Já falei da parte que têm os senhores bispos e cardeais, mais facilmente observável quando se re’nem nas famosas conferências cuja patológica adiposidade (em relação ao que o Concílio quis) está a pedir um especialista e um regime. 
Hoje, para ser justo, completarei o quadro de responsabilidade dos dirigentes com os senhores provinciais, gerais, superiores e superioras. São esses superiores das ordens religiosas os mais terrivelmente responsáveis pela vertiginosa decadência das casas em que tantos moços entraram em busca da perfeição e da união com o Amado. Não sei avaliar qual dos dois superioratos aflige mais a Esposa de Cristo, mas certa inclinação me leva a pensar que a parte dos “religiosos” é ainda mais grave do que a da hierarquia, porque atinge mais profundamente a santidade da Igreja. É assustador, é apavorante o estado a que chegaram tantas casas religiosas. E quando acaso alguma congregação permanece nos moldes verdadeiros e santos, tem-se visto muitas vezes a boa Superiora receber pressões do Bispo ou da Superiora Geral em Roma. E, então, em poucos meses se acelera o processo de expulsão da boa Superiora e sua substituição por uma progressista mais ou menos idiota que parece receber ordens dos centros de comando da revolução mundial. Em São Paulo, recentemente, ocorreu este fenômeno. No Rio, há anos, observamos o desmonte de várias congregações. 
Temos então diante dos olhos o evidente e indiscutível espetáculo de desmoralização, desordem e dispersão. Podemos discutir as causas internas e externas, suas proporções e suas origens. O que não se entende é que alguém fique zangado quando um observador católico cansado de estudar o fenômeno diz que as causas de tão dilatados e desastrosos efeitos só se explicam pela má atuação dos superiores. 
Agora vejamos a faceta que nos oferece o semanário paulistano. 
É muito simples: em vez de negar as causas, como a Nota da Cúria Metropolitana da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Semanário mais audaciosamente nega o fenômeno. Ou nega suas dimensões admitindo que aqui ou acolá exista um prevaricador e paralelamente nos fala em notáveis sinais de esperança nestes tempos pós-conciliares, sem todavia dar um só exemplo. 
Estamos agora diante de um fenômeno que merece estudo. Como se explica a tranqüila segurança com que tanta gente nega a tempestade, ou se comporta como se ela não existisse? Alguns desses casos se explicam pela apatia ou pelo comodismo; outros pela covardia; outros porque estão efetivamente mais à vontade nos escombros da Igreja de que estavam na sua ordem. Conheci um cônego severo, hirto, feio, que se transformou numa borboleta e tornou-se irreconhecível. Dizem que trocou a coroa de espinhos pela coroa de rosas. Em outros casos a negação do descalabro é expressa em termos de afirmação de progresso. Escrevem-se livros para caricaturar a Igreja dos santos e engrandecer a Igreja dos revolucionários e dos idiotas! 
Em outros casos a razão do otimismo é elementar. Tomemos por exemplo o caso de Dom Evaristo Arns: como poderia ele achar desgovernada e semi-demolida a Igreja que o fez Cardeal? Nunca jamais foi tão glorioso o Papado e tão majestosa a Igreja!
(O Globo, 17/02/73)