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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Cardeal australiano critica Papa por seu governo e renúncia

Por: http://www.rainhamaria.com.br 28.02.2013 

O chefe da Igreja católica australiana, o cardeal George Pell, criticou o papa Bento XVI por sua decisão de renunciar e por suas habilidades como governante. O cardeal Pell, que participará no Conclave para eleger um novo Sumo Pontífice, disse que Bento XVI é um "professor brilhante", mas que "governo não é o seu forte", em entrevista concedida na véspera da partida do Papa.
"Prefiro alguém que saiba conduzir a Igreja e uni-la um pouco", afirmou Pell à televisão, citando o escândalo conhecido como "Vatileaks", no qual o modorno de Joseph Ratzinger roubou e vazou para a imprensa documentos confidenciais que revelavam lutas de poder entre os cardeais.
"Acho que o governo (do Vaticano) está assegurado pela maioria das pessoas em torno do Papa, que nem sempre o conduziu de maneira brilhante", acrescentou Pell em outra entrevista, difundida por rádio no Vaticano.
O cardeal australiano de 71 anos também criticou a decisão do Papa alemão de renunciar um fato inédito em sete séculos, afirmando que isso estabelece um precedente perigoso. "Aqueles que, por exemplo, estiverem em desacordo com um futuro Papa farão uma campanha para que ele se demita", advertiu Pell.
Ao anunciar sua renúncia em 11 de fevereiro passado, o bispo de Roma declarou-se consciente de que isso implicava "uma ruptura com a tradição" e que, inclusive, era "algo desestabilizador".
Quanto ao perfil do futuro Santo Padre, Pell disse que gostaria de ver no cargo alguém que mantenha a tradição, tanto na fé, como, principalmente, no plano moral que está "sob ataque". "Quero alguém capaz de falar ao mundo", afirmou. "E também gostaria de alguém com uma forte experiência pastoral em uma diocese, capaz de elevar o moral da Cúria Romana, e talvez de impor mais disciplina", acrescentou.

Bento XVI apresentou suas despedidas nesta quinta-feira aos cardeais e prometeu obediência a quem for designado seu sucessor, horas antes de ir embora do Vaticano de helicóptero, deixando vago o trono de Pedro. O Papa se despediu um por um dos cardeais, entre os quais havia alguns dos favoritos para sucedê-lo à frente de uma Igreja atingida nos últimos tempos por escândalos e intrigas.

Fonte: Terra noticias
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Nota de www.rainhamaria.com.br  -  por Dilson Kutscher

No Catecismo da Igreja Católica, página 194, no capítulo que trata da provação derradeira da Igreja.

Diz no parágrafo 675:
“Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o “mistério da iniqüidade” sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente aos seus problemas, à custa da apostasia da verdade.

Visão sobre um Papa: Anne Catherine Emmerich (1774~1824), beatificada pelo papa João Paulo II, em 2004, uma freira Agostiniana alemã, estigmatizada (possuía os estigmas de Cristo), e vidente, que subsistiu inteiramente de água e de Santa Comunhão durante muitos anos, recebeu inúmeras visões das crises futuras na Igreja.
Os seguintes trechos se encontram na página 565 da Vida de Anne Catherine Emmerich, Vol. I, Rev. K. E. Schmörger, Tan Books, 1976:

"Uma grande quantidade de pessoas que 
trabalhavam para derrubar a Igreja de São Pedro. Os demolidores levavam grandes pedaços; eram em grande número, sectários e apóstatas. Em seu trabalho seguiam certas ordens e certas regras".

"Vi, com horror, que entre eles havia também sacerdotes católicos... Vi o Papa em oração, rodeado de falsos amigos, que, com freqüência, faziam o contrário do que ele ordenava.

Nas aparições da Virgem em Akita, no Japäo,  foi das poucas reconhecidas no século XX pela Igreja, mas seu conteúdo e aviso são similares à de Fátima e a tantas outras ainda não reconhecidas nos dias de hoje.

Nossa Senhora disse:
"O Diabo se infiltrará até mesmo na Igreja de tal um modo que haverá cardeais contra cardeais, e bispos contra bispos. Serão desprezados os padres que me veneram e terão opositores em todos os lugares. Haverá vandalismo nas Igrejas e altares. A Igreja estará cercada de asseclas do demônio que conduzirá muitos padres a lhe consagrar a alma e abandonar o serviço do Senhor".

"O demônio especialmente dirigirá sua ira contra almas consagradas a Deus. O pensamento da perda de tantas almas é a causa de minha tristeza. Se os homens aumentarem ainda mais seus pecados em número e gravidade, já não haverá nenhum perdão para eles ".

Cardeais contra Cardeais, e Bispos contra Bispos (Veja essa Profecia se cumprindo))
Profecias se cumprindo: Cardeais contra Cardeais e Bispos contra Bispos


Fonte:http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/13235/Sinal-dos-Tempos-Cardeal-australiano-critica-Papa-por-seu-governo-e-renuncia

O SEGREDO DE FÁTIMA


Por: http://www.sacralidade.com


Em maio de 2000, o Vaticano revelava o terceiro segredo de Fátima. Uma revelação que parecia pôr fim a décadas de polêmicas e indiscrições. Parecia. Porque, na realidade, as coisas não foram bem assim...

Davide Malacaria
Imagem de Nossa Senhora de Fátima
A imagem de Nossa Senhora de Fátima
     Estamos no dia 13 de maio de 2000 quando o cardeal Angelo Sodano comunica que o Santo Padre decidiu revelar o terceiro segredo de Fátima. A oportunidade é dada da beatificação, realizada em Portugal, de Francisco e Jacinta Marto, dois dos pastorinhos aos quais, no distante ano de 1917, Nossa Senhora havia aparecido. O anúncio corre o mundo imediatamente: aquele segredo, guardado com tanto zelo pelo Vaticano, havia estado por décadas no centro de indiscrições, polêmicas e intrigas internacionais.
     Na ocasião, o cardeal Sodano toca de leve o conteúdo do segredo, mas, para conhecê-lo em sua integridade, é ainda preciso esperar cerca de um mês, quando é publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé. O texto vem acompanhado de uma rápida apresentação assinada pelo então secretário da Congregação, dom Tarcisio Bertone, e por um breve comentário teológico do prefeito do mesmo organismo, o cardeal Joseph Ratzinger. Em seguida, anexos e notas.


     Sintetizando ao máximo, o segredo consiste na visão desoladora de uma cidade em ruínas pela qual estão espalhados os cadáveres dos mártires, na qual caminha, aflito, “um bispo vestido de branco” (a respeito do qual irmã Lúcia escreve: “Tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”), seguido por bispos e religiosos. O cortejo sobe até o topo de uma colina, na qual se encontra uma cruz, e aos pés dela o Papa é assassinado.


     Desde o anúncio do cardeal Sodano, o Vaticano identificou o “bispo vestido de branco” com o papa João Paulo II, e seu assassinato com o atentado sofrido por obra de Ali Agca, em 1981. Mas, desde o princípio, essa revelação e a interpretação oficial que a acompanha despertaram perplexidade. Entre outras coisas, muitos observaram uma discordância entre o que havia dito o cardeal Sodano um mês antes, em Fátima, quando falara de um papa que “cai por terra como se estivesse morto”, e o texto divulgado, no qual se lê a respeito de um papa inequivocamente “assassinado”.


     Para complicar as coisas, para os lados do Vaticano, somam-se as várias associações de fiéis nascidas em torno de Fátima, formadas de leigos, sacerdotes e estudiosos que conhecem a vida, a morte e, é o caso de dizer, os milagres de tudo o que aconteceu ao redor daquela aparição prodigiosa. E foi desses ambientes, justamente, que se levantaram as críticas mais pungentes.


     Entre 2006 e 2007, essas críticas foram condensadas em dois livros-reportagemIl quarto segreto di Fatima, de Antonio Socci, e La profezia di Fatima, de Marco Tosatti. A seguir, falaremos sinteticamente do conteúdo dessas obras.


     
     Nossa Senhora previu Ali Agca?

     Uma das controvérsias mais acesas está relacionada com a identificação do bispo vestido de branco com Karol Wojtyla. Em outras palavras: Nossa Senhora profetizou realmente o atentado a João Paulo II? Em seu livro, Socci observa que a interpretação vaticana do segredo, na realidade, não é tão unívoca. E isso já desde o anúncio do cardeal Sodano, cujas palavras são transcritas no documento dedicado ao segredo de Fátima: o prelado explica que os episódios descritos na visão parecem já pertencer ao passado”. “A Senhora da mensagem pareceler com singular perspicácia os ‘sinais dos tempos’” [os itálicos não são dos textos, ndr.]. Enfim, segundo Socci, parece que o prelado tem um certo medo de usar expressões afirmativas demais. Não é o único. Na nota teológica, o cardeal Ratzinger explica a coincidência entre o papa da mensagem e Wojtyla por meio de uma “elegante” expressão interrogativa: “Não era razoável que o Santo Padre, quando, depois do atentado de 13 de maio de 1981, mandou trazer o texto da terceira parte do ‘segredo’, tivesse lá identificado seu próprio destino?”.


     Indo além dessas anotações, que podem parecer meras sutilezas, é óbvio que, em se tratando de revelações particulares, não estamos diante de conteúdos de fé. O próprio cardeal Ratzinger explica, numa entrevista concedida em 19 de maio de 2000 ao jornal italiano La Repubblica, que não existem “interpretações obrigatórias”. Por outro lado, basta observar o documento oficial vaticano (que pode ser baixado da internet) para que se afaste qualquer dúvida a esse respeito. De fato, um capítulo do comentário teológico se intitula significativamente: “Uma tentativa de interpretação do ‘segredo’ de Fátima”. O itálico é nosso.


     Em todo caso, e prescindindo de outras considerações, os detratores da versão oficial têm uma boa margem para se perguntar: se o segredo fazia referência apenas às perseguições sofridas pelos cristãos no século XX e ao atentado contra o Papa ocorrido em 1981, por que esperar tanto para torná-lo público?


     Segredos públicos e dúvidas secretas
As capas dos três livros mais recentes sobre o Segredo de Fátima
     






















Se a interpretação do segredo suscitou tantas controvérsias, é bem pouco, se comparado às polêmicas que nasceram em torno do próprio texto. Para sermos mais claros, é melhor partirmos do início, ou seja, de quando irmã Lúcia, na clausura do carmelo de Coimbra, recebe de seu bispo a solicitação de escrever sobre a revelação.


     A religiosa redige diversas memórias do que viu e sentiu naquele distante ano de 1917, na Cova da Iria: a primeira é de 1935, a segunda de 1937, a terceira de agosto de 1941. Nesse terceiro escrito, explica Socci, a irmã “revela as primeiras duas partes do segredo [...], e informa que existe também uma ‘terceira parte’, que por ora não revela. Alguns meses depois, escreve a quarta memória (datada de 8 de dezembro de 1941), na qual transcreve exatamente a anterior, mas, quando chega ao fim do segundo segredo [...], acrescenta uma nova frase, que não existia no texto de agosto: ‘Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé, etc.’”. Enfim, em janeiro de 1944, anotará o chamado terceiro segredo.


     Os dois primeiros segredos, nos quais eram previstas a Revolução Russa e a Segunda Guerra Mundial, foram tornados públicos na década de 1940, ao passo que o terceiro segredo, dirá Lúcia, deverá ser revelado apenas em 1960. Em 1957, porém, a Santa Sé ordena que o texto seja enviado a Roma e pede silêncio à irmã. Esse silêncio será mantido até 2000, ano da publicação do documento A mensagem de Fátima pela Congregação para a Doutrina da Fé.


     Uma publicação realmente um tanto infeliz. Os críticos da versão oficial têm bons motivos para observar uma anomalia bem visível. Ao publicar o segredo em sua totalidade, o Vaticano não publica a quarta memória, de 8 de dezembro de 1941, última na ordem cronológica, mas a terceira, de agosto de 1941, acrescentando a ela o escrito de janeiro de 1944, onde está anotado o terceiro segredo. A terceira e a quarta memória são semelhantes, como vimos antes, mas, na quarta, encontramos aquela pequena frase: “Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé, etc.”, que na terceira não existe. É claro que essa expressão não é omitida por completo, mas transcrita numa nota marginal, sem nenhuma explicação. Só que essa linha, justamente, está no centro de grandes controvérsias...


     “É possível que as palavras de Nossa Senhora, dadas em pessoa pela Mãe de Deus, possam acabar com um ‘etc.’?”


Socci transcreve essa pergunta, certamente não banal, de Paul Kramer, autor de La battaglia finale del diavolo. O que esconderia esse etc.? Os críticos observam como não há nenhum nexo lógico entre essa frase e o segredo revelado em 2000. E que a frase incompleta traz palavras de Nossa Senhora, parte de um discurso direto, ao passo que o segredo consiste numa visão, sem nenhuma palavra da Virgem.

     Padre José dos Santos Valinho, salesiano, é sobrinho de irmã Lúcia e tinha com ela uma relação preferencial. Numa entrevista, concedida pouco antes da revelação do segredo, confidenciou: “Na minha opinião aquela parte do segredo diz respeito à Igreja, a seu interior. Talvez dificuldades doutrinais, crises de unidade, lacerações, revoltas, divisões. A última frase do escrito de minha tia, que precede a parte ainda desconhecida do segredo, diz: ‘Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé’. Depois, começa o trecho que não conhecemos. Porém, ela dá a entender que o tema da parte que falta poderia estar ligado à última afirmação que conhecemos. Portanto, em outras partes da Igreja esse dogma poderia vacilar”.

     Ele não foi o único que apresentou uma hipótese como essa.
     

A grande apostasia
Paulo VI e Irmã Lúcia em Fátima
Paulo VI e irmã Lúcia, em Fátima, em 13 de maio de 1967
   






















A respeito do segredo de Fátima, ao longo dos anos, circularam os mais diversos boatos, entre os quais o mais recorrente é aquele que fala de uma multidão de cristãos que perde a fé. Em outras palavras, Nossa Senhora teria previsto uma grande apostasia. Lendas, apenas?


     É o que poderia parecer, à luz da revelação vaticana. O problema, porém, é que essas lendas, com o passar dos anos, foram corroboradas por declarações de pessoas que, por sua função, tinham conhecimento do segredo. Tosatti dedica um capítulo inteiro a “Cinqüenta anos de indiscrições excelentes”. Vamos falar de algumas.


     Dom Alberto do Amaral, bispo emérito de Fátima, numa conferência de 1984, afirma: “O segredo de Fátima não fala nem de bomba atômica nem de artefatos nucleares [...]. A perda da fé de um continente é pior que a destruição de uma nação; e é verdade que a fé diminui continuamente na Europa. A perda da fé católica na Igreja é bem mais grave que uma guerra nuclear” (declaração desmentida em 1986, mas depois confirmada em março de 1995).


     O cardeal Alfredo Ottaviani, numa conferência de 1967, diz: “Eu tive a graça e o dom de ler o texto do terceiro segredo. [...] Posso lhes dizer apenas isto: que virão tempos muito difíceis para a Igreja e que é preciso muita oração para que a apostasia não seja grande demais”.


     Indiscrições excelentes são documentadas também no livro de Socci. Dom Loris Capovilla, secretário de João XXIII, que certamente também conhecia o segredo, responde uma entrevista por escrito em 1978. Quando lhe perguntam se o segredo se refere expressamente à hierarquia eclesiástica, à Rússia ou a uma “crise religiosa no mundo”, responde negando as duas primeiras hipóteses, mas nada diz da terceira. Ainda mais explícito é o conteúdo de uma carta do cardeal Luigi Ciappi, por muito tempo teólogo da Casa Pontifícia, endereçada ao professor Baumgartner. Na missiva, escrita em 2000 mas tornada pública em março de 2002, o purpurado revela: “No terceiro segredo se prevê, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja começará do seu ponto mais alto”.


     São todos mentirosos? E, se não for assim, isso significa que foi o Vaticano que publicou uma mentira? As coisas são um pouco mais complexas. Com base numa série de indícios e testemunhos concordantes, muitos dos críticos da versão oficial estão convencidos de que o segredo na realidade seria constituído de duas partes distintas. E que a revelada em 2000, escrita em quatro páginas, seria apenas uma das partes e teria estado sempre guardada nos arquivos do Santo Ofício. A outra parte, ainda secreta, escrita numa única folha, teria ficado sempre no apartamento dos papas.


     Como confirmação dessa hipótese, haveria também um indício de tipo lógico. Tosatti apresenta a tese de Andrew M. Cesanek, outro estudioso que se aventurou a entender o segredo de Fátima. Este, comparando as duas primeiras revelações e a que foi tornada pública em 2000, registra como as duas primeiras são caracterizadas por um esquema do gênero visão-explicação, ao passo que a outra não contém explicações. Tosatti escreve: “Certamente, é curioso que, das três partes, aquela que mais necessita de um ‘guia de leitura’ seja, na realidade, a única que não tem um”.


     As atas de irmã Lúcia

     O Vaticano, obviamente, não podia deixar de interpelar irmã Lúcia, a última dos pastorinhos ainda viva na época (morreu em fevereiro de 2005). Para tanto, o atual secretário de Estado vaticano, cardeal Bertone, foi duas vezes a Coimbra: uma primeira em 27 de abril de 2000 e uma segunda em 17 de novembro de 2001 (na realidade, o prelado revelou ter encontrado a religiosa também em 9 de dezembro de 2003, mas para conversar sobre episódios relativos a Albino Luciani). Possuímos relatos desses dois encontros, algo semelhante a atas, uma das quais, a segunda, assinada pela própria irmã Lúcia. Em ambas, é comprovada a linha do Vaticano: para a religiosa também, o segredo teria sido revelado em sua integridade e a cena do papa assassinado representaria o atentado de 1981. Mas essas “atas”, fruto de horas de conversa, segundo os críticos, seriam excessivamente sintéticas, no limite do tom lacônico, e genéricas demais.


     Para sermos breves, transcrevemos apenas a observação do padre Paul Kramer, contida no livro de Socci, o qual calculou que, da segunda conversa, que durou cerca de duas horas, o cardeal Bertone “conseguiu extrair apenas quarenta e duas palavras importantes (quarenta e duas) que deveriam ser atribuídas entre aspas à religiosa”. Ainda a propósito dessa segunda ata, Socci, partindo da premissa de que a religiosa fala apenas português, se pergunta: “Se é assim, por que não existe um texto em português? E, se existe e – como parece óbvio – irmã Lúcia só assinou esse texto, por que ele não foi publicado? E por que a versão em inglês não tem a assinatura da irmã?”. Tampouco serviu para dissipar as dúvidas o livro publicado pela religiosa pouco antes de morrer, Os apelos da mensagem de Fátima, no qual a autora evita entrar em questões relacionadas ao segredo.
     Mas Tosatti assinala uma frase particularmente significativa desse livro: “Deixo inteiramente à Santa Igreja a liberdade de interpretar o sentido da mensagem, porque lhe pertence e lhe compete: por isso, humildemente e de bom grado me submeto a tudo o que ela disser ou quiser corrigir, modificar ou declarar”.
     De fato, impressiona que a religiosa tenha usado verbos como “modificar” e “corrigir”.

     O cardeal Bertone e papa Luciani
João Paulo II
João Paulo II em Fátima, por ocasião da beatificação de Jacinta e Francisco Marto, em 13 de maio de 2000
     Pouco depois da saída do livro de Tosatti, a editora italiana Rizzoli publicou outra obra sobre Fátima, dessa vez um livro-entrevista com o cardeal Bertone, organizado pelo vaticanista Giuseppe De Carli. No livro, o purpurado volta a frisar a versão oficial, enriquecendo-a de pormenores inéditos, mas evita responder às perguntas levantadas pelos críticos.


     Aqui, nós nos limitamos a evidenciar uma passagem do livro de De Carli que, a um leitor comum, poderia levantar novas perguntas.


     O cardeal Bertone é interrogado sobre a relação entre Fátima e Albino Luciani. A questão é conhecida: o então patriarca de Veneza, pouco antes de ser eleito Papa, foi fazer uma visita a irmã Lúcia. Esta, como alguns imaginaram, lhe teria profetizado o pontificado e a morte dentro de pouco tempo. O cardeal Bertone responde negando que a irmã tenha feito semelhante profecia. E, para confirmar, apresenta um escrito do próprio Luciani, datado de janeiro de 1978, no qual é relatado sinteticamente o conteúdo da conversa.


     Irmã Lúcia, anota o patriarca de Veneza, lhe havia falado da necessidade de haver “cristãos e especialmente seminaristas, noviços e noviças seriamente decididos a serem de Deus sem reservas”, e por aí afora. Em seguida, Luciani, após ter contado que havia perguntado sobre a dança do sol (espetacular milagre de Fátima), se questiona: “[...] alguém pode perguntar: um cardeal tem interesse em revelações particulares?”. Sim, responde, explicando que o “Evangelho contém tudo”, mas aos cristãos é necessário também “perscrutar os sinais dos tempos”. “E, atrás do sinal, é oportuno ter cuidado com as coisas sublinhadas por esse sinal. Quais?”, pergunta-se ainda, com seu estilo simples e linear. E relaciona as quatro coisas que, diz ele, foram indicadas por Nossa Senhora naquele distante ano de 1917, explicando uma por uma: arrepender-se, rezar, recitar o rosário e, por último, ter em mente que o inferno existe.


     Nas linhas que o patriarca dedica à oração, porém, há uma observação que chama a atenção. Luciani anota a dificuldade que essa prática encontra entre seus contemporâneos. E conclui: “Não fui eu, mas Karl Rahner quem escreveu: ‘Vive-se também dentro da Igreja uma dedicação exclusiva do homem às realidades temporais, que não é mais uma opção legítima, mas apostasia e queda total da fé’”. Apostasia?

     Enfim, apesar da revelação de 2000, continua a se projetar uma aura de mistério em torno do segredo de Fátima. E, para muitos, a palavra mistério é cheia de enigmas ameaçadores. Não é o caso do simples fiel, para quem essa palavra parece cheia de conforto e de esperança, quando orienta e acompanha a oração do rosário. Uma oração que em Fátima, precisamente, foi enriquecida pela jaculatória de doce misericórdia que Nossa Senhora quis ensinar às três crianças e, por meio delas, à Igreja inteira. E foi justamente por isso, nós acreditamos, que a aparição de Fátima, com o passar dos anos, se tornou cara ao povo cristão. Para terminar este artigo, faz bem lembrar disso.
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     O artigo de Davide Malacaria foi publicado na edição de junho/julho da revista 30 Giorni com o título O Segredo de Fátima.


Fonte: 
http://www.sacralidade.com/igreja2010/0320.fatima.html

HÁ PROVAS DE QUE O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA DEVERIA TER SIDO REVELADO EM 1960?


Por: 
http://www.sacralidade.com


Marian T. Horvat, Ph. D. *

     Em 1960 eu era adolescente, mas lembro claramente que aguardava a revelação do Segredo de Fátima. Nessa época havia um grande interesse por Fátima, essa devoção estava florescente, e meus pais – como também outras pessoas – esperavam ansiosos que o Papa abrisse a carta lacrada e revelasse ao mundo a mensagem, de acordo com o expresso desejo de Nossa Senhora relatado por Irmã Lúcia.


     Estávamos todos sendo tolos? Certamente não. Altas autoridades da Igreja confirmaram repetidas vezes que a mensagem deveria ser revelada em 1960.

O bispo José Correia da Silva em 1948, com o envelope lacrado contendo o Terceiro Segredo
     Deixem-me primeiro fazer um breve retrospecto acompanhado dos testemunhos extraídos do volume 3 da coleção A Verdade Inteira sobre Fátima: o Terceiro Segredo, de Irmão Michel de la Sainte Trinité. O autor trata no capítulo IX (pp. 466-502) da questão: se Nossa Senhora realmente pediu que o segredo fosse revelado em 1960. Ele demonstra que Ela de fato pediu, e documenta meticulosamente seu trabalho e fornece fontes seguras para cada citação. A maior parte das citações transcritas abaixo foi retirada do livro A Verdade sobre o Segredo de Fátima, escrito pelo arquivista oficial de Fátima, Padre Joaquin Maria Alonso, que teve acesso a arquivos especiais.
     Em 1943 o bispo José Correia da Silva autorizou a Irmã Lúcia a relatar por escrito o Terceiro Segredo durante o surto de pleurisia que ameaçou sua vida. E em 17 de junho de 1944 o documento foi oficialmente depositado em suas mãos. Quando Irmã Lúcia deu a carta ao Bispo, ela disse-lhe que deveria lê-la e torná-la conhecida, mas ele se recusou. Ao invés disso, ordenou que a documentação fosse lacrada e guardada no cofre da Cúria Episcopal. O retrato dele com o Segredo lacrado foi fotografado por M. Pazen, um repórter da revista Life, que nela publicou matéria em 3 de janeiro de 1949.


     Com relação à recusa do bispo Correia da Silva em fazer a divulgação do Segredo, nós temos o testemunho decisivo do Cônego Galamba, seu amigo próximo e conselheiro: “Quando ele se recusou a abrir a carta, Lúcia fez o Bispo prometer que seria definitivamente aberto e lido para o mundo quando ela morresse ou em 1960, conforme o que primeiro ocorresse”.


     O Bispo de Leira continuou como guardião do Segredo até março de 1957, quando o documento foi enviado a Roma, por ordem do Papa Pio XII.
     

Testemunhos

     No início de fevereiro de 1946, Frei Jongen teve contato com Irmã Lúcia e perguntou-lhe quando chegaria o momento para que a terceira parte do Segredo se tornasse conhecida. Ela respondeu: “Eu relatei a terceira parte em uma carta ao Bispo de Leiria. Mas ela não deve ser revelada antes de 1960”.


     Em 7 de setembro de 1946, o Cardeal Cerejeira afirmou, no encerramento do Congresso Mariano no Brasil, que a terceira parte do Segredo tinha sido escrita e colocada em um envelope lacrado “e será aberto em 1960”.


     Em 17 de maio de 1955, o Cardeal Ottaviani, pró-prefeito do Santo Ofício, interrogou Irmã Lúcia a respeito do Terceiro Segredo.  Mais tarde, em uma conferência realizada em 1967, ele declarou: “A mensagem não devia ser aberta antes de 1960. Perguntei para a Irmã Lúcia: ‘Por que esta data?’ Ela respondeu: ‘Porque então ele ficará mais claro’ (Doc. Cath. 19 de março de 1967, col. 542)”.


     Declarações similares afirmando que a mensagem deveria ser aberta em 1960 foram feitas pelo Cardeal Tisserant (13 de outubro de 1956), Cardeal Piazza, Frei Shveigl, Bispo Venâncio e pelo Cônego Barthos.

     Pe. Alonso acrescenta: “Outros bispos também falaram – e com autoridade – sobre o ano 1960 como a data indicada para a abertura da famosa carta. Por isso, quando o então Bispo Titular de Tiava e Bispo Auxiliar de Lisboa perguntou para Lúcia quando seria aberto, ele sempre recebeu a mesma resposta: em 1960” (in La verdad sobre el Secreto de Fátima, p. 46).


Nossa Senhora queria que o Terceiro Segredo fosse revelado em 1960
     Nós também temos o testemunho tocante e verídico de Irmã Lúcia, dela própria, em uma entrevista com o Pe. Fuentes em 26 de dezembro de 1956. Ela lamentou que as autoridades eclesiásticas tivessem se recusado a ler o documento lacrado. Então ela disse:
           “Padre, quanto tempo falta para a chegada de 1960? Isto será uma coisa muito triste para todos... Eu não estou autorizada a dar nenhum outro detalhe por que ainda é um segredo. De acordo com a vontade da Santíssima Virgem, apenas o Santo Padre e o Bispo de Fátima têm permissão para conhecer o segredo, mas eles escolheram não conhecê-lo porque então seriam influenciados por ele. Assim, a terceira parte da mensagem de Nossa Senhora permanecerá secreta até 1960”.



     Estes testemunhos confirmam o desejo de Nossa Senhora de que o Terceiro Segredo fosse divulgado no início de 1940, ou, o mais tardar, em 1960, data em que ele se tornaria perfeitamente claro.


     O misterioso silêncio


     Misteriosamente, ele não foi revelado. Em 1960 o Papa João XXIII fez um comentário em contração direta com a ordem da Mãe de Deus:Questo non è per i nostri tempi. (Esta matéria não é para os nossos tempos).”


     As memórias do Cardeal Oddi relatam a conversa que teve com João XXIII, quando perguntou ao Papa por que não divulgava o Segredo. Em outra obra, o Cardeal Oddi afirmou que o segredo se relacionava com o Concílio Vaticano II. Certamente, se ele tivesse sido revelado, muitas pessoas, clérigos e leigos, teriam estado mais vigilantes sobre o que aconteceu nesse concílio.


     Espero que tudo o que apresentei tenha sido de alguma utilidade. Frequentemente, entretanto, eu percebo que fatos convincentes não convencem pessoas que não querem crer na verdade.

     _________
     * Marian T. Horvat, Ph. D., é co-editora do site católico norte-americano Tradition in Action.
     Artigo publicado em Tradition In Action com o título: Is There Proof the Third Secret Was to Be Released in 1960?
     Tradução: André F. Falleiro Garcia.

Fonte: 
http://www.sacralidade.com/igreja2008/0175.segredo.html

O SEGREDO DE FÁTIMA E A VISITA DO CARDEAL BERTONE A MADRID

Por: http://www.sacralidade.com

JULIO ALVEAR T. *  

     O Cardeal Tarcisio Bertone visitou Madrid em 4 de fevereiro de 2009. Ele é o “segundo homem do Vaticano”, o Secretário de Estado de Bento XVI. Nós, entretanto, não sentimos a alegria que deveríamos ter diante da chegada de tão alta autoridade da Igreja, que se supõe que nos visita para aliviar a carga  já bastante pesada  carregada pelo catolicismo espanhol face aos avanços da esquerda anticlerical.[2]
Zapatero concordou em estabelecer um "diálogo construtivo", mas não fez concessões em relação à lei do aborto
     De acordo com observadores bem informados, Sua Eminência veio fazer esforços para chegar a um acordo com o governo e assim impedir a futura lei do aborto, que autoriza o assassinato sem restrições de embriões com até 14 ou 16 semanas de vida. O projeto de lei está sendo promovido no Congresso pelos socialistas “especialistas em humanidade”.
     Talvez Sua Eminência realmente venha por uma boa causa. Gostaria de dizer que ele não nos visita simplesmente para melhorar as relações com o governo socialista espanhol  como ele fez na Cuba comunista, onde ele deu seu apoio à tirania castrista  e sim para exigir o respeito pela lei natural e a Lei de Deus. Mas isto não acontece. E não posso elogiá-lo, por suas atitudes, diplomacia e palavras.
     Cada vez que o vejo, lembro-me da seqüência interminável de seus malabarismos para sepultar a mensagem profética que a Mãe de Deus anunciou em Fátima, para a Igreja e o mundo.
     Por exemplo, suas intromissões vergonhosas com Irmã Lúcia, a última vidente de Fátima, anos antes de sua morte. Sua tentativa de interferência na RAI (rede de televisão italiana) para negar que o Cardeal Albino Luciani, um ano antes de ser elevado à Cátedra de Pedro com o nome de João Paulo I, havia se entrevistado com a célebre monja.
     E o seu propósito de desprestigiar os escritores católicos que na Itália solicitaram ao papa Bento XVI que, por amor à Igreja, revelasse o Terceiro Segredo de Fátima, pois o que foi publicado no ano 2000 graças às astúcias e argúcias do Cardeal Bertone, então secretário da Congregação para a Doutrina da Fé  não estava íntegro. Poderia continuar esta lista, mas não o farei. Não tenho a intenção de mostrar todo o iceberg, apenas sua superfície.
     Penso que o que mais preocupa a Sua Eminência não é que se conheçam os detalhes de sua atuação, mas que se debata sobre a apostasia geral dentro da Igreja causada pelo Concílio Vaticano II, prevista, segundo tudo leva a crer, no Terceiro Segredo de Fátima.
     Mas o que Sua Eminência necessita considerar, é que ele não poderia jogar com uma mensagem que veio do Céu. Manipular o que pertence à Mãe de Deus é tocar em fio de alta tensão. Os segredos da justiça de Deus estão guardados nessa mensagem. E os desígnios da justiça divina podem sofrer demoras, mas sempre são cumpridos.
     Os Papas ao longo do século XX, na medida em que foram informados da Mensagem de Fátima, expressaram profunda preocupação a respeito dela. Entretanto, toda a Igreja foi muito prejudicada porque o Terceiro Segredo não foi revelado no ano de 1960, a data que tinha sido indicada por Nossa Senhora. Ao invés, foi dada uma ordem para silenciar sobre o seu conteúdo. E quando no ano 2000 a Santa Sé decidiu publicá-lo (e o Cardeal Bertone sabe disto mais do que ninguém), o principal manuscrito não foi divulgado.
     Por esta razão nós não nos entusiasmamos com a visita de Sua Eminência, que nos recorda, de maneira muito viva, os compromissos feitos por algumas das mais altas figuras da Igreja, de reduzirem ao silêncio a própria Mãe de Deus. Será que realmente acreditam que esse silêncio da Santíssima Virgem será mantido para sempre?     
O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA E O CARDEAL BERTONE: RECORDANDO O QUE NÃO PODEMOS ESQUECER

JULIO ALVEAR T. *  

     Ontem chegaram muitas mensagens ao nosso correio eletrônico, vindas de diversos países, especialmente da Espanha, pedindo-nos mais detalhes sobre o que apontamos em nosso artigo “O Segredo de Fátima e a visita do Cardeal Bertone a Madrid”.
     A postura do Cardeal Bertone sobre o Terceiro Segredo de Fátima foi muito debatida na Itália, quando houve grande alvoroço nos círculos internos da Santa Sé, provocado pelo lançamento do livro do vaticanista Antonio Socci “Il quarto segretto di Fátima” (Rizzoli, 2006), dedicado a Bento XVI.
     Vamos apresentar aos nossos amigos, a seguir, quatro “pérolas”, que nos farão refletir mais um pouco sobre a Mensagem de Fátima, e a necessidade imperiosa de não nos esquecermos dela.
     1. O Cardeal Silvio Oddi, que foi Prefeito da Congregação para o Clero no pontificado de João Paulo II, e muito próximo de João XXIII em seu tempo, contou certa ocasião um fato muito ilustrativo:
     “Aproveitando a grande confiança que reinava entre nós [com o papa João XXIII], perguntei-lhe abertamente: ‘Santo Padre, há algo que não posso perdoá-lo’. ‘E o que é?’, perguntou-me. ‘Ter feito o mundo inteiro esperar durante tantos anos, e ter deixado passar alguns meses desde o início de 1960 sem que saibamos algo’ [do Terceiro Segredo]. O Papa Roncalli me respondeu: ‘Não me volte a falar disto’. Eu repliquei: ‘Se assim o desejais, não falarei mais. Mas não podeis evitar que o façam os demais’. Ele respondeu: ‘Já te disse que não me fales mais’. Eu não voltei a insistir.”[3]
     Trinta anos mais tarde, depois que correu muita água debaixo da ponte, o Cardeal Oddi confessou para a mesma revista: “O Segredo de Fátima contém uma profecia triste sobre a Igreja, e é por isto que o Papa João não o divulgou, Paulo VI e João Paulo II fizeram o mesmo. Parece-me que está mais ou menos escrito que em 1960 o Papa convocaria um Concílio, do qual, contrariamente às expectativas, indiretamente derivariam muitas dificuldades para a Igreja”.[4]
     2. Antonio Socci, o qual, no ano 2002 havia rejeitado pela imprensa as críticas que os setores tradicionalistas faziam ao então Mons. Bertone por não revelar integralmente o Terceiro Segredo, retificou com honestidade intelectual e de modo público sua opinião, após ter feito uma longa e substanciosa investigação sobre o tema.

     Em seu livro “Il quarto segreto di Fátima” (Rizzoli, 2006), prova a existência de dois manuscritos, em sua gênese e desenvolvimento histórico, e conclui que o que foi publicado pelo Vaticano no ano 2000 não está completo. Falta o manuscrito que corresponde às palavras da Virgem, e que explicam a visão já difundida pelo Vaticano. A este manuscrito, o autor o chama “O Quarto Segredo”, e corresponde ao Terceiro Segredo originário. Neste se adverte em termos apocalípticos a perda da fé na Igreja a partir do Concílio Vaticano II (Os traços diversos dos dois manuscritos são apresentados nas pp. 139-154).
O livro de Solideo Pasolini que teria provocado a mudança de postura de Antonio Socci
Outro autor, Marco Tosatti, afirmou que o Vaticano não quis revelar o manuscrito que contém o Terceiro Segredo. 
     3. A propósito da obra de Socci, Vittorio Messori, o mais lido escritor católico italiano, muito próximo de Bento XVU, publicou um artigo intitulado “Fátima, um quarto segredo a revelar: Uma parte da mensagem teria ficado oculta por razões diplomáticas”[5], no qual manifesta suas sérias dúvidas sobre o que foi revelado pelo Cardeal Bertone.
     4. Mons. Loris Capovilla. A existência de dois manuscritos foi confirmada no ano 2006 por uma das figuras mais importantes da Igreja no tema de Fátima, pois é uma das poucas personalidades que conheceram o conteúdo do Segredo antes do ano 2000. Trata-se de Mons. Loris Capovilla, secretário de João XXIII, conhecido como o “afetuoso guardião da memória do papa João” (autor das mais célebres memórias sobre o Papa Roncalli). Foi a ele que Paulo VI mandou consultar para saber a localização do envelope que continha o manuscrito original do Terceiro Segredo, e que não se conservava nos arquivos vaticanos, como indicou o Cardeal Bertone, mas nos aposentos papais.
     No seu retiro em Bérgamo, Mons. Loris Capovilla declarou ao escritor Solideo Paolini, que uma coisa era o manuscrito do Terceiro Segredo, e outra, o publicado no ano 2000 pelo Cardeal Bertone, ao qual chamou simplesmente o “documento Bertone”.
     Terá este blog a intenção de desprestigiar o Cardeal Bertone  o “segundo homem do Vaticano”  no momento em que visita a Espanha em uma delicada conjuntura? Não. Queremos olhar mais acima dessa conjuntura, e com nossa pena sendo guiada pela fé católica, queremos recordar que nada pode frutificar, para o bem da Igreja, de nossa Igreja, se previamente não tiverem sido retificados os caminhos que conduziram à recusa da mensagem da Mãe de Deus em Fátima.
     Este parece ser o momento propício para pedir a Bento XVI que dê um passo a mais, para romper o círculo de ferro que o rodeia, e ordenar solenemente, para o bem da Igreja e do mundo, que se dê a conhecer o conteúdo do Terceiro Segredo de Fátima, silenciado inexplicavelmente desde 1960.
      _________
     NOTAS:
          
    
    [3] Cfr.“30 Giorni”, abril de 1961, in Miguel, Aura, “El Secreto que guía al Papa. La experiencia de Fátima en el Pontificado de Juan Pablo II”, Rialp, Madrid, 2001, p.154. 
    [4] Cfr. 30 Giorni”, edição de 11 de novembro de 1990, p. 69.         
      
    [5] Cfr. “Corriere della Sera”, edição de 21 de novembro de 2006.


Fonte: http://www.sacralidade.com/igreja2008/0093.segredo.html#SFA